quinta-feira, 22 de março de 2012

Se do que escreves tudo foste, nada mais te posso exigir. Apenas cruzar os dedos, fechar bem os olhos, respirar fundo, e mergulhar.

2 comentários:

  1. Se do que foste, tudo escreves, o que podes mais ser? Cruzas os olhos fechados, fechas fundo os dedos, mergulhas, não bem nem mal, em alguma coisa que não exigiste, e o mar respira fundo em ti.
    Se tudo dou, escreves o que não foste. E não sei. Não sei como cruzar as respirações, olhar fundo, mergulhar os dedos no sol. Exijo que se feche a linha, s'acabe a palavra, mentiras e mais mentiras que foste e não escreves.
    Foste se não escreves do que serás e exiges os dentes que não tiveste ao nascer. Não gritaste, respiraste, esbracejando de dedos cruzados, como se fosse falso o mundo em que mergulhavas. Viste tudo com os olhos fechados.
    Cruzas as exigências. Porque fazes de tudo uma batalha? Respira. Inspira. Abre em ti os mergulhos fechados, escreve fundo nas pedras que pisas, deixa-te ser nos dedos o que não foste. Apenas. Nada mais.
    Nada foste? Tens em ti as palavras fechadas que não soltas, não deixas respirar. Escreves, mas não com os dedos. Escreves com os olhos exigindo às letras que se formem. Sê mergulhada. Viver é um turbilhão cruzado de palavras não ditas em exigências por escrito. O que importa? Importa somente esse apenas. Esse apenas que consegues apagar, que se esboroa lentamente. Escreve com o corpo. Sê.

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  2. (desculpa-me a brincadeira com as tuas palavras)

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